Agricultores familiares de Salvaterra, município do Arquipélago do
Marajó, estão se preparando para colher a primeira safra do ano de
abacaxi. Essa colheita do fruto, que ocorrerá no período de entressafra,
foi viabilizada pela indução floral da planta - processo denominado
carburetagem, que consiste na aplicação de carbureto para acelerar o
desenvolvimento do abacaxi. A técnica permite a chamada "safra
programada", quando o agricultor pode fazer até três colheitas na mesma
área. O cultivo natural proporciona apenas uma safra anual de abacaxi.
Orientados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará
(Emater), os agricultores realizam a indução floral a partir do 12º mês
do plantio, com colheita programada para dentro de cinco meses.
Salvaterra tem a segunda maior produção de abacaxi do Pará. Neste ano, o
município deve produzir, em 400 hectares de área plantada, 1,2 milhão
de frutos, da variedade pérola, própria para o consumo in natura. No
município, onde trabalham cerca de 800 agricultores familiares, 90% das
famílias se dedicam ao cultivo do abacaxi. A atividade é responsável
pela maior fonte de renda em Salvaterra. No pico da safra são gerados
cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando 10% da
população local.
Segundo a Emater, a cultura do
abacaxi é rentável, apesar das dificuldades em controlar pragas e
doenças como a cochonilha e a fusariose, que atacam diretamente o fruto e
inviabilizam a produção. Para enfrentar esses problemas, a orientação
técnica da Emater é selecionar mudas e aplicar corretamente os
defensivos em períodos ideiais - entre cinco e seis meses após o
plantio.
Ari Djalma Caldas, engenheiro florestal da
Emater, disse que a expectativa é que para este ano a área plantada de
abacaxi aumente em até 30%. “Dependemos apenas da aprovação de novos
projetos, por meio do Programa Nacional de Agricultura Familiar
(Pronaf), que oferece até R$ 10 mil para custeio por hectare plantado”,
informou.
O abacaxi produzido em Salvaterra
abastece os mercados da Região Metropolitana de Belém, mas a qualidade
do produto já atrai compradores de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Hoje, o abacaxi in natura está sendo comercializado entre R$ 0,80 e R$
1,00 a unidade.
(Agência Pará)
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