RESEX Terra Grande Pracuúba - Localidade da Estância (Ilha do Marajó). Foto: RUdrigo Braga |
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
acaba de promover o primeiro intercâmbio sobre turismo de base
comunitária para as unidades de conservação da Ilha do Marajó, no Pará.
As reuniões, que ocorreram de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, foram
realizadas na Vila do Pesqueiro, na Reserva Extrativista (Resex) Marinha
de Soure. Além dessa unidade, participaram moradores das Resex Terra
Grande Pracuúba, pioneira nesse tipo de discussão, e de Mapuá.
Os debates sobre o turismo de base comunitária nas reservas do Marajó
começaram se intensificar no ano passado com a realização de um estudo
sobre o potencial turístico da Resex Terra Grande Pracuúba, feito em
parceria com o Instituto Peabiru, e de um seminário sobre o tema. O
seminário, ocorrido em dezembro com o apoio da Coordenação Geral de Uso
Público do ICMBio, reuniu representantes de 11 UCs do Pará e Amapá.
O intercâmbio teve objetivo de incentivar o diálogo sobre o tema por
meio da experiência dos moradores das reservas com os turistas que os
visitam. Ao todo, participaram 11 comunitários das Resex Terra
Grande-Pracuúba e Mapuá e mais 20 da Reserva Marinha de Soure. Durante
uma semana, eles receberam capacitação sobre os conceitos e desafios do
turismo de base comunitária, organização social e alimentação.
As oficinas abordaram assuntos como conceitos e vivências criativas, o
fortalecimento da identidade e diversidade cultural, valorização da
biodiversidade, pertencimento à comunidade e à Resex, valorização do
sujeito como protagonista de sua história, desenvolvimento sustentável,
extrativismo, impactos do turismo sobre o meio ambiente, o patrimônio
cultural, a comunidade e as ameaças do turismo sexual.
Foram tratados ainda temas como boas práticas na manipulação de
alimentos, matéria prima local e suas características nutricionais,
alimentação voltada ao turismo e alternativas de utilização da matéria
prima local.
“O momento e local da atividade foram ideais para trabalharmos esses
tópicos. As comunidades estão entendendo os desafios e as oportunidades
do turismo de base comunitária e aproveitamos para identificar possíveis
alternativas para os moradores que já desenvolvem a atividade”, afirmou
Aline Simões, Chefe da Resex Terra Grande-Pracuúba.
O intercâmbio contou com o apoio das secretarias de Educação e
Trabalho do Pará, das universidades Federal do Pará (UFPA) e Federal
Rural do Pará (UFRA). Foram também programadas ações futuras, como a
elaboração de um plano de ação e a realização de um segundo módulo do
intercâmbio em setembro.
O turismo de base comunitária é uma realidade para muitas comunidades
extrativistas no Brasil. O ICMBio, por meio da Coordenação de Uso
Público, trabalha o tema com as comunidades e, com o apoio de parcerias
instituições públicas e privadas, busca oferecer capacitação aos
moradores.
“Só assim, com o envolvimento da comunidade e parceiros, poderemos
diminuir as dificuldades e criar uma rede de ação para desenvolver as
atividades do turismo de base comunitária com mais consciência e
participação, gerando novas oportunidades e buscando um desenvolvimento
sustentável para as reservas extrativistas”, concluiu Aline.
(Comunicação ICMBio)
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