ESPORTE | Desafio Marajó - Competição em belas paisagens

 
Existem muitas competições de mountain bike no mundo que são uma aventura. Agora, imagine uma verdadeira aventura e eco-turismo para competir numa prova de mountain bike. Não entendeu?
 
O Desafio do Marajó é isso aí! Uma competição que só para chegar no local, você já faz uma belíssima aventura com direto a turismo ecológico e histórico. Desfrutando tudo que o Pará pode oferecer, mais precisamente, a encantadora Ilha de Marajó, o Desafio já dá as boas vindas aos participantes de forma ímpar pela seu jeito de iniciar uma competição.

Balsas pelo Rio Pará (afluente do Rio Amazonas) e boa parte pela Baía do Marajó fazem parte do roteiro cotidiano que quem quiser competir, vai ter que encarar tudo isto. 
 
Embarque dos competidores em Belém (PA). Foto: Edson Queiroz
 
Desafio Marajó

Há décadas no Marajó, é realizada a Corrida do Cavalo Marajoara, que com certeza, se fosse realizada com um animal de outra raça, não seria capaz de completar todo o percurso. Há quadro anos surgiu a ideia de fazer uma competição de bicicleta baseada no mesmo percurso da Corrida do Cavalo Marajoara. Alguns amigos locais reuniram-se e conseguiram completar o mesmo percurso.

A partir do segundo ano mais adeptos do MTB tomaram conhecimento da prova e resolveram participar, superando o número de inscritos da primeira edição. Com o crescimento surgiram vários problemas de organização para a III edição da prova, que mesmo com a captação de poucos recursos, foi realizada.

A IV edição do Desafio do Marajó de bike tomou outro formato e proporção. Foi formada uma Comissão de Organização para o Desafio do Marajó – CODM, com pessoas bem influentes no meio ciclístico no Estado, a fim de tornar a prova em uma competição de referência nacional, ou até internacional. Dois meses de antecedência foi o tempo que a Comissão teve para superar todos os problemas dos anos anteriores. Foi lançada uma nova e ousada logística, dando ênfase à segurança e total apoio aos atletas. Adeptos do Mountain Bike de todo o Brasil começaram a especular a prova, e muitos, de vários Estados do Brasil inscreveram-se, totalizando 30 duplas (60 atletas).

Sobre a competição e local

Foi feito um city tour por toda a cidade de Cachoeira do Arari, e por volta das 19h deu-se início ao briefing principal da competição. Também foram dadas as últimas informações da prova e lembrada aquelas mais importantes. No final houve a entrega da camisa oficial do evento as identificações da dupla.
 


A prova é realizada única e exclusivamente por duplas, dessa forma minimiza o perigo que cada um poderia correr ao pedalar na região. No Marajó existem dois ciclos no ano: o Inverno, que vai de janeiro a junho, e o verão, de julho a dezembro. A prova só pode ser realizada no verão, com o mês mais apropriado em novembro (é nesse período que onde era rio, lago, igarapé, transforma-se em um enorme deserto minado de terruada, em plena região amazônica).

O Marajó tem o maior rebanho de búfalos do Brasil, e o segundo do mundo. Na transição do inverno para o verão, o búfalo pisa na lama, que no decorrer do tempo de estiagem, seca e petrifica, dando origem a buracos, que chamamos de terruada. A região está situada quase que na linha do Equador, por isso que no auge do verão (novembro) é uma das regiões mais quentes do mundo, aliando-se ainda a umidade da região amazônica. Animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões podem oferecer grande perigo na competição. Já os búfalos selvagens só oferecem perigo se forem coagidos.
 
Competidores em meio aos rebanhos de búfalos (Foto: Edson Queiroz)
 
Equipamento obrigatório

O regulamento diz que é obrigatório o uso de aparelho GPS para a sua localização. A organização fica encarregada de colocar o trajeto (tracklog) no aparelho. Somente com este é possível a orientação. Nessa época de seca no Marajó há poucos os pontos de referência e fica impossível localizar-se a olho nú. A organização também disponibiliza um race-book com as “referências” possíveis. Além de sinalizar toda a prova com bandeirolas.
 
Competidor faz uso de equipamentos obrigatórios. Foto: Edson Queiroz

 
 

Comentários